sábado, 13 de setembro de 2014

Voar... voar

Voar... voar

O rei Minos, em tempos que já vão longe, mandou prender em uma torre o arquiteto Dédalo – construtor do célebre Labirinto de Creta – e seu filho Ícaro.
         A torre dava, de um lado, para o mar, onde navios armados guardavam as águas, e de outro lado, para a terra, onde um exército vigiava a torre. A fuga dos prisioneiros era impossível.
         Dédalo pensou:
         - O rei Minos controla a terra e o mar, mas não pode controlar os ares. Hei de fugir pelos ares com meu filho.
         Dédalo era muito engenhoso e, assim, decidiu fazer dois pares de asas: um grande, outro pequeno. Se bem pensou, melhor executou. Seu trabalho foi penoso porque o menino Ícaro, sempre irrequieto, ora soprava as penas, ora derrubava a cera com que o pai armava as asas. Trabalhando com persistência, Dédalo conseguiu terminar a tarefa.
         Que lindas asas! Dédalo experimentou as suas, soergueu-se, manteve-se no ar. Depois, como um pássaro ensina ao filhote os primeiro voos, exercitou o filho no manejo das asas. [...]
         Dédalo fez as últimas recomendações:
         - Ícaro, meu filho, mantém-te sempre em altura equilibrada; Não voes muito baixo, porque a umidade das águas próximas pode fazer melar tuas penas, nem suba alto demais, porque o sol pode derreter a cera e desmanchar as tuas asas.
         Dédalo beijou o filho, e ambos saíram voando.
         O pai ia um pouco à frente para dar coragem a Ícaro, mas volvia sempre a cabeça a fim de verificar se o menino se mantinha com segurança. Voavam... voavam...
         No fim de algum tempo, o pequeno Ícaro sentiu-se dono dos ares... e tentou um voo mais alto como se quisesse alcançar o céu! Dédalo perdeu de vista o filho.
         Pouco depois as penas de um parzinho de asas boiavam nas águas do mar... E um pai, aflito, gritava:
         - Ícaro! Ícaro! Onde estás?
Adelaíde  Lisboa de Oliveira. Histórias que ouvi contar. São Pau

3 comentários:

  1. ótimo texto para trabalhar com os alunos!!!
    Abraço!

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  2. Alaíde Lisboa de Oliveira. Histórias que ouvi contar. São Paulo: Peirópolis, 2004. p.20.

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