domingo, 28 de setembro de 2014

Editorial: Educação, lazer e feriados, exemplo de Gramado e um convite para que o leitor olhe as riquezas dos detalhes.



O Brasil tem muitos feriados! Essa é uma exclamada reclamação dos empresários e economistas. Fala-se na ordem de milhões em perdas. Uma pergunta: E a renda gerada pelas atividades turísticas nesse período não tem peso na economia? Dalton Alcoba esboça esse tema do lazer e turismo em um texto sequenciado por três interessantes observações.
O que observamos em uma viagem? Como anda esse exercício do olhar e dos outros sentidos na percepção dos lugares? A arquiteta Raquel Palhares nos convida a aguçar a curiosidade para compreender a paisagem das cidades que visitamos e nosso ambiente cotidiano. Prestando mais atenção aos detalhes, você encontrará surpresas pelo caminho.
Villas Bôas, citando como exemplo Gramado, a “jóia da serra gaúcha” que investiu no turismo e hoje conta com um calendário de eventos que movimenta a cidade, escreve sobre a importância de refletir sobre o modelo de desenvolvimento a ser adotado pelos administradores para que a preservação ambiental e cultural dos municípios não seja degradada.
São muitos os desafios do profissional do turismo, em especial, em um país como o Brasil que mesmo diante das tão anunciadas potencialidades, o setor ainda tem resultado pouco significativo se comparado com outros países. Cláudia Araújo enfatiza a necessidade de investir em educação como um processo contínuo para que o reflexo dessa ação seja a melhoria na prestação dos serviços turísticos.

Boa leitura.
Maria Ivone Neto Cordeiro
Da equipe editorial

"MORTES NAS ESTRADAS"

MORTE NAS ESTRADAS

Apesar das campanhas educativas promovidas pelos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) sobre a importância e da necessidade do respeito às leis de trânsito quando dirigirmos tanto nas cidades quanto nas rodovias, os acidentes envolvendo veículos pequenos e de grande porte, a maioria deles com vítimas fatais, estão a ocorrer diariamente nas estradas federais e estaduais do Piauí, aumentando assustadoramente os dados estatísticos da Polícia Rodoviária Federal de mortes no País e no Estado.

Em editorial recente de O DIA, no começo deste mês, era alertado sobre as precauções que os motoristas deveriam ter na hora de pegar a estrada neste período de férias, quando milhares de pessoas aproveitam para viajar para o litoral ou cidades de origem.

Ao contrário, não está bastando em nada os apelos das campanhas educativas de trânsito nem do que cotidianamente é divulgado pelos meios de comunicação sobre os índices elevados de acidentes nas estradas, e com mortes, pela imprudência de certos motoristas, que apressados para chegar ao destino saem em alta velocidade cortando e fazendo ultrapassagem arriscadas de veículos a sua frente sem observar as sinalizações de trânsito e os limites do carro e dele próprio, tornando perigosa a vida de si e dos outros.

Pois, nessa última semana de férias, como mostra reportagem de O DIA, milhares de pessoas pegaram a estrada rumo ao litoral piauiense, tornando o fluxo de veículos na BR 343, que dá acesso a Parnaíba e a Luís Correia, bastante intenso. E o resultado da imprudência na estrada são os acidentes, nos quais, em menos de 24 horas, quatro pessoas perderam a vida.

Um estudo sobre "Morte no Trânsito: Tragédia Rodoviária", realizado pelo SOS Estradas, organização não governamental, mostra que todos os dias ocorrem, pelo menos, 723 acidentes nas rodovias pavimentadas brasileiras, provocando a morte de 35 pessoas por dia, e deixando 417 feridos, dos quais 30 morrem em decorrência do acidente. Cita ainda, que a maior parte das mortes no trânsito ocorre nas rodovias e não nas vias urbanas. Embora, em número menor, os acidentes nas estradas são muito violentos, provocando mais mortes e ferimentos graves.

Fonte: Jornal O Dia

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

TEXTO DOS ALUNOS DA EM SOARES PEREIRA



MARY POPPINS


MENINO DE LUGAR NENHUM


RESENHA VEJA


OS SERES FALADOS SINOPSE


OS SERES FALADOS


O "PEGAPRAMIM"


O "MÃÃÃE"


O "DESCULPA"


LIVRO ADULTO SNOPSE


LIVRO ADULTO


MITOLOGIA SINOPSE


MITOLOGIA


DALI


CATÁLOGO CAPA


CATALOGO 13 ANOS


CATÁLOGO 11 ANOS


SERPENTES A BORDO


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

TEMPESTADE NO BAIRRO


  Tempestade no bairro

          O forte estrondo de um trovão fez Álvaro abrir os olhos. Estava em seu quarto, totalmente escuro. Só se viam os números do relógio, informando que era uma hora da madrugada.

            Outro trovão soou e ele se levantou, foi à janela e abriu as cortinas. A chuva tinha aumentado. Além do som dos pingos batendo furiosamente na vidraça, ouviu murmúrios. Reconheceu a voz de sua mãe, dizendo a alguém:
              - A rua está enchendo, é melhor sairmos daqui.
             O menino entendeu o que estava acontecendo: a chuva, que já durava mais de um dia provavelmente fizera o rio transbordar. O aguaceiro, sem ter como escoar, invadia as ruas próximas. Quando isso acontecia, os bombeiros costumavam evacuar as casas ameaçadas, levando os moradores a um abrigo em uma rua mais alta do bairro.
          Álvaro estava certo. Logo sua mãe, Jacira, apareceu com uma mochila.
              - Pegue algumas coisas, o pessoal da rua está se refugiando no colégio...
             Em poucos minutos ele separou suas roupas e, com a mãe e vários vizinhos, deixou sua casa na rua quase inundada, subindo a ladeira sob um guarda-chuva.
           Luana Lagos parou de escrever por um instante. Passara as últimas horas concentrada no computador, digitando uma história que brotava de sua mente sem parar. Nem havia notado a persistência da chuva: gotas enormes batiam nas vidraças do apartamento quase no mesmo ritmo em que ela martelava o teclado.
             Levantou-se da escrivaninha e foi olhar pela janela.
         A vista do décimo andar era bonita nos dias de sol. Numa madrugada chuvosa e escura, porém, era assustadora. Surpresa, a escritora viu as águas revoltadas do rio ameaçando invadir as ruas próximas. Pessoas fugiam da enchente com seus guarda-chuvas iluminados pelas lâmpadas da calçada. Mais adiante ficava a favela; além dela, algumas fábricas e uma mancha escura: era o terreno baldio que havia se transformado em lixão, apesar dos protestos dos moradores.
           Numa rua bem alta, ficava o colégio municipal, cujas janelas estavam iluminadas – era o local mais indicado para abrigar as pessoas desalojadas pela enchente.
           Com um tremor (seria frio? Medo?), Luana fechou os botões do casaco preto que usava e voltou ao computador. Releu as últimas frases que acabara de digitar.

     A chuva, que já durava mais de 24 horas, fizera o rio transbordar. A enxurrada invadia as ruas próximas. A população, aflita, começou a abandonar as casas à procura de abrigo na zona mais alta do bairro.

       Ela olhou do computador para a janela e da janela para o computador. Era estranho escrever algo e de repente ver aquilo acontecer!
         Luana estava acostumada a ver coisas bizarras na vida, mas aquilo era esquisito demais... Dando um suspiro, ela recomeçou a digitar. [...]

In "Em algum lugar do lixão, Rios, Rosana - São Paulo:Escala Educacional, 2007 - páginas 11, 12 e 13.

OS INCRÍVEIS SINOPSE


OS INCRÍVEIS CAPA


A ARTE DE VAN GOGH SINOPSE


A ARTE DE VAN GOGH


A ARTE DE RODIN SINOPSE


A ARTE DE RODIN


A ARTE DE MONET SINOPSE


A ARTE DE MONET


A ARTE DE MIRÓ SINOPSE


A ARTE DE MIRÓ



sábado, 20 de setembro de 2014

O Poder da Argumentação



"GUERRA" DOS SEXOS


Mais respeito aos deficientes



Reconhecer direitos é mais do que obrigação; garanti-los em lei, uma primeira providência; colocá-los ao alcance de todos, sim, a única forma de limpar o nobre discurso politicamente correto da infestação demagógica. O Brasil muitas vezes se esmera em aprovar avançada legislação, mas peca por não transformá-las em realidade. É o caso das proteções às pessoas com deficiência. Leis determinam que espaços públicos e privados, bem como equipamentos urbanísticos, sejam ajustados de modo a permitir a comunicação e a locomoção de cidadãos com problemas auditivos, locomotores e visuais. Contudo, nem a capital da República cuidou de afastar os obstáculos que infernizam a vida de 45,6 milhões de brasileiros, o equivalente a quase um quarto da população (23,91%).
O fato é que as dificuldades cotidianas dos deficientes se banalizaram no país. Nem se fala da falta de rampas (ou da exagerada inclinação com que costumam ser construídas), mas das calçadas esburacadas ou recheadas de obstáculos — quando existentes, pois, não raro, cadeirantes têm que se arriscar entre os carros ou percorrer solos não pavimentados. Guias para cegos são outra raridade. Nos cruzamentos de vias, semáforos quase nunca emitem sinais sonoros. No transporte público — por si, ineficiente —, a diferença de nível entre o chão e o piso dos veículos é obstáculo intransponível. Banheiros estreitos e espaços apertados, que não dão passagem ou permitem manobrar cadeiras, são outros exemplos corriqueiros, ilustrativos do que se vê todos os dias Brasil afora.
O que dizer, então, quando a capital federal sedia a Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, organizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, e participantes encontram tantos problemas pela frente que terminam por registrar ocorrência em delegacia de polícia? O vexame não pode se repetir. Brasília é Patrimônio da Humanidade, considerada a melhor cidade do país em qualidade de vida, desempenho econômico e desenvolvimento social, e candidata ao título de uma das sete mais belas do planeta. Tanta honra perderá o brilho caso não possa orgulhar-se também de ser inclusiva. E essa não é responsabilidade apenas do governo. A iniciativa privada está igualmente obrigada a corrigir deficiências — inclusive para atender as exigências legais.
Dar consequência às políticas públicas, sim, é dever do Estado. Portanto, a fiscalização cabe aos governantes nos três níveis da administração. Deles deve-se cobrar a igualdade de direitos garantida pela Constituição. Deles deve-se exigir o fim das barreiras ao ir e vir. Nesse sentido, antes mesmo de ser aberta, a 3ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que termina hoje, começou a cumprir o papel de dar maior visibilidade aos problemas diários que vive no país uma população do tamanho da espanhola. É que parte de seus 980 delegados passou por apuros desde a chegada a Brasília. Alguns até tiveram de fazer peregrinações por hotéis, à procura de hospedagem apropriada. Nunca é demais lembrar: o Rio de Janeiro sediará as Olimpíadas e, portanto, as Paraolimpíadas, em 2016. Que o vexame não se amplie.



sábado, 13 de setembro de 2014

EM ALGUM LUGAR DO LIXÃO SINOPSE




EM ALGUM LUGAR DO LIXÃO1





O cabelo de Lelê sinopse




O cabelo de Lelê




Voar... voar

Voar... voar

O rei Minos, em tempos que já vão longe, mandou prender em uma torre o arquiteto Dédalo – construtor do célebre Labirinto de Creta – e seu filho Ícaro.
         A torre dava, de um lado, para o mar, onde navios armados guardavam as águas, e de outro lado, para a terra, onde um exército vigiava a torre. A fuga dos prisioneiros era impossível.
         Dédalo pensou:
         - O rei Minos controla a terra e o mar, mas não pode controlar os ares. Hei de fugir pelos ares com meu filho.
         Dédalo era muito engenhoso e, assim, decidiu fazer dois pares de asas: um grande, outro pequeno. Se bem pensou, melhor executou. Seu trabalho foi penoso porque o menino Ícaro, sempre irrequieto, ora soprava as penas, ora derrubava a cera com que o pai armava as asas. Trabalhando com persistência, Dédalo conseguiu terminar a tarefa.
         Que lindas asas! Dédalo experimentou as suas, soergueu-se, manteve-se no ar. Depois, como um pássaro ensina ao filhote os primeiro voos, exercitou o filho no manejo das asas. [...]
         Dédalo fez as últimas recomendações:
         - Ícaro, meu filho, mantém-te sempre em altura equilibrada; Não voes muito baixo, porque a umidade das águas próximas pode fazer melar tuas penas, nem suba alto demais, porque o sol pode derreter a cera e desmanchar as tuas asas.
         Dédalo beijou o filho, e ambos saíram voando.
         O pai ia um pouco à frente para dar coragem a Ícaro, mas volvia sempre a cabeça a fim de verificar se o menino se mantinha com segurança. Voavam... voavam...
         No fim de algum tempo, o pequeno Ícaro sentiu-se dono dos ares... e tentou um voo mais alto como se quisesse alcançar o céu! Dédalo perdeu de vista o filho.
         Pouco depois as penas de um parzinho de asas boiavam nas águas do mar... E um pai, aflito, gritava:
         - Ícaro! Ícaro! Onde estás?
Adelaíde  Lisboa de Oliveira. Histórias que ouvi contar. São Pau

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Editorial: BOLA DA VEZ


Bola da vez

Dados coligidos pela Receita Federal mostram que o faturamento dos principais clubes de futebol brasileiros cresceu em "ritmo chinês" nos últimos anos.
Entre as 20 agremiações da série A, elite da modalidade, verificou-se expansão das receitas de 63% entre 2006 e 2010 (último dado disponível). De uma média de R$ 53 milhões por clube, passou-se a R$ 84 milhões.
São resultados respeitáveis, embora aquém dos valores bilionários da Europa. O recordista em faturamento, Real Madrid, da Espanha, registrou receitas de R$ 1,2 bilhão.
A infraestrutura do futebol passa no Brasil por um processo de modernização, com as novas arenas para a Copa do Mundo de 2014. É verdade que o evento deixará alguns elefantes brancos, estádios superdimensionados para cidades como Manaus e Cuiabá.
O equívoco, contudo, não anula o fato de que, após 2014, o Brasil terá uma rede de estádios com padrões inéditos de acolhimento de público. O clima da Copa motivou alguns clubes a investir, por iniciativa própria, em novas arenas --caso do Grêmio, em Porto Alegre, e do Palmeiras, em São Paulo.
Esses palcos modernos e confortáveis podem desfazer a imagem do estádio como um lugar inóspito, com violência entre torcedores.
Tal mudança, se ocorrer, poderá vitaminar a bilheteria dos jogos --um calcanhar de aquiles das finanças dos clubes. As arenas também propiciarão ganhos com shows.
O cenário otimista esbarra, contudo, nos arcaísmos ainda incrustados no principal esporte do país. Embora venha incorporando algum profissionalismo, a gestão dos clubes continua marcada por interesses escusos e personalismo.
Um dos resultados é a dívida das agremiações com a Receita, que, até 2010, ultrapassava R$ 612 milhões. Na semana passada, o presidente do Botafogo declarou que os principais clubes do Rio e de São Paulo tiveram suas cotas de TV penhoradas em razão de tais débitos.
Não há dúvida de que o futebol brasileiro tem diante de si uma oportunidade histórica para mudar de divisão. É duvidoso, contudo, que os clubes e as federações saibam aproveitá-la como devem.
Folha de São Paulo, 16/12/2012. Disponível em http://app.folha.com/m/noticia/185534